Vandalismo e furtos em unidades do Semae provocam prejuízos operacionais e financeiros e afetam serviço

Os atos de vandalismo e furto de cabos elétricos, que na semana passada interromperam o abastecimento de água no bairro Boa Vista, em Biritiba Ussu, se somam a uma sequência de ocorrências desse tipo em unidades do Semae (reservatórios e estações elevatórias de água e de esgoto), nos últimos meses. Além do prejuízo financeiro, esses crimes também afetam a população ao comprometer a operação dos sistemas de água e esgotamento sanitário, causando problemas como falta d’água e vazamento de esgoto.

A autarquia registra os boletins de ocorrência e está reforçando a segurança, mas considera fundamental o apoio dos moradores vizinhos às unidades para que denunciem à polícia (telefone 190) ou à Guarda Municipal (153) caso percebam alguma situação suspeita de furto ou vandalismo em estações e reservatórios do Semae. As forças de segurança trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana.

“Infelizmente, o Semae tem sido vítima constante de criminosos e vândalos que invadem nossas estações elevatórias de água e de esgoto e também reservatórios, danificam a estrutura e furtam equipamentos essenciais ao funcionamento dessas unidades que, paralisadas, comprometem a prestação de serviços”, afirma o diretor-geral da autarquia, Francisco Cochi Camargo.

“Essas estruturas prestam serviços essenciais a toda a população. Crimes como esses, que vêm se repetindo, trazem prejuízos aos moradores. Portanto, não se trata somente de danos materiais e financeiros”, completa.

Quando o crime de furto é cometido nas elevatórias do sistema de abastecimento e em reservatórios, moradores das áreas atendidas podem ficar longos períodos sem água.

No caso do sistema de esgotamento sanitário, a situação é ainda mais complexa: quando uma unidade sofre danos e para de funcionar, as outras estações trabalham de forma sobrecarregada e, com isso, podem acontecer pontos de entupimento na rede e vazamento de esgoto.

As estações elevatórias são estruturas importantes dentro do sistema de esgotamento sanitário. Elas fazem o bombeamento de esgoto de redes profundas para um nível mais alto, numa linha de recalque, que é a tubulação que conduz os efluentes da elevatória até um ponto a partir do qual possa seguir por gravidade até a unidade de tratamento.

Em sistemas interligados, o esgoto coletado é bombeado de uma estação elevatória para outra, até chegar a um coletor-tronco, de onde segue para uma estação de tratamento.

Com as estações em pleno funcionamento, o processo de bombeamento de esgoto melhora e os resultados são positivos para a população. Isso reduz os pontos de vazamento e diminui as ocorrências de retorno de efluentes para dentro das casas.

Sempre que esses problemas ocorrem, as equipes de manutenção eletromecânica do Semae trabalham para solucionar o problema no menor tempo possível, mesmo em situações complexas devido às particularidades dos equipamentos.

Mas há situações em que o restabelecimento do serviço não depende apenas da autarquia, pois envolve a intervenção da concessionária de energia e, em alguns casos, a compra de equipamentos muito específicos e que não estão disponíveis à pronta entrega no mercado de reposição.

Além do prejuízo para a reposição de equipamentos, as despesas do Semae incluem os materiais utilizados pela Divisão de Manutenção Civil da autarquia, que faz os reparos nas unidades danificadas, como reconstrução ou reformas em muros, paredes e portões, por exemplo.

No caso das elevatórias de água e reservatórios, há ainda as despesas com caminhão-pipa, muitas vezes utilizados para manter o nível dos reservatórios até a solução do problema.

Providências
O Semae está reforçando o sistema de sensores e alarmes em várias unidades, em pontos estratégicos, ligados a uma central. A autarquia também vai ampliar a vigilância patrimonial e implantar sistema de monitoramento por câmeras em algumas estações.

Semae faz limpeza preventiva em estações elevatórias de esgoto

O Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) realiza a limpeza preventiva nas estações elevatórias de esgoto da cidade. Recentemente, o serviço foi feito nas unidades do Conjunto Cocuera e Cezar de Souza 4 – Sistema Leste. Neste trabalho, as equipes utilizam caminhão hidrojato – equipamento que faz o jateamento de água sob pressão.

As estações elevatórias são estruturas importantes dentro do sistema de esgotamento sanitário. Elas fazem o bombeamento de esgoto de redes profundas para um nível mais alto e, depois, envia os efluentes para uma estação de tratamento.

“A limpeza é importante para garantir a eficiência dos equipamentos ao eliminar o excesso de resíduos”, explica Rafael Regueiro, do Departamento de Operações dos Sistemas de Esgotamento Sanitário da autarquia. Os resíduos que vão parar nas estações são, muitas vezes, resultado do mau uso do sistema de esgotamento – é comum as equipes do Semae responsáveis pela manutenção retirarem das tubulações de esgoto vários detritos como pedras, pedaços de madeira e de colchão, por exemplo.

A rede de esgoto é um sistema projetado para funcionar com pouca manutenção. O sistema recebe o que sai do banheiro, tanque, máquina de lavar roupas e pias, e foi projetado para receber, no máximo, 5% de material sólido.

Por isso, algumas medidas ajudam a preservar a tubulação e previnem a ocorrência de problemas. Uma delas é evitar o lançamento de gordura (que se solidifica na rede) e resíduos como papel higiênico, fraldas, absorventes, pontas de cigarro, fio dental, plásticos e preservativos no vaso sanitário.

São materiais que jamais poderiam estar na tubulação de esgoto. E quando são lançados irregularmente, os resultados podem ser entupimentos e vazamentos que geram transtornos para a população, como retorno de esgoto para dentro dos imóveis, mau cheiro nas ruas e bloqueios no trânsito para os serviços de reparo, além de despesas para o Semae devido ao deslocamento de funcionários e equipamentos, e também aumento dos custos de operação.

“Outro problema recorrente é o lançamento de água de chuva no sistema de esgoto, porque a água da chuva carrega também terra, areia e pedras, o que pode provocar danos em nossas bombas”, explica o diretor do Departamento de Operações do Sistema de Esgotamento Sanitário, Anderson Amorim.

“Devido a estes materiais sólidos que vão parar na rede, nas estações elevatórias que foram reformadas instalamos um sistema com triturador, que elimina o lixo e partículas que poderiam interferir no funcionamento das bombas e que é uma alternativa à grade de retenção que tem de ser limpa constantemente para retirada de resíduos”, completa o diretor.

As redes de água pluvial e de esgoto são sistemas que precisam funcionar separadamente. Nas casas, o normal é que as calhas conduzam a água da chuva para as guias nas ruas, de onde segue para as bocas de lobo e galerias e, na sequência, até os córregos e rios da cidade. É fundamental ao morador verificar a situação nas residências e providenciar, o quanto antes, a separação dos sistemas, caso eles estejam ligados.

Treinamento
Além da experiência em sistemas de esgotamento sanitário, os servidores da autarquia que atuam na limpeza de elevatórias passaram por treinamento de segurança e saúde em espaços confinados, de acordo com a Norma Regulamentadora 33, prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Entre essas medidas empregadas nesses locais, estão a garantia de acesso, ventilação e monitoramento contínuo da atmosfera do espaço.